Elisa Boto e Francisca Veiga conheceram-se na ESART - Escola Superior de Artes Aplicadas do Instituto Politécnico de Castelo Branco, onde completaram a licenciatura em Design de Moda e Têxtil. Com o objectivo de juntar o mundo da arte e o mundo da moda, a primeira colecção resulta de uma colaboração com o artista Luio Onassis.
Como surgiu este vosso projecto?
EB: Este é o
nosso projecto de final de licenciatura. Eu e a Francisca decidimos fazê-lo
juntas e tentámos encontrar alguma coisa que fosse diferente.
Por que escolheram o nome “RUA 148”?
FV: Essa é
uma história curiosa... O adjectivo que nós escolhemos para definir a nossa
marca é “requintada”. Dentro da palavra “requintada”, conseguimos encontrar a
palavra “rua”. Depois fizemos um jogo entre as posições dessas três letras na
palavra “requintada”. Ou seja, o “r” é a letra número 1, o “u” a letra número 4
e o “a” a letra número 8. Daí o 148.
EB: A
palavra “rua” não foi acidental. Nós quisemos que a marca tivesse uma ligação
com a arte e a verdade é que a arte, hoje em dia, é muito de rua. A arte de rua
é provavelmente a expressão mais liberal actualmente, com o exemplo máximo do
Banksy.
Vocês descrevem a vossa marca como “Duas
amigas; algumas parecenças; uma vontade enorme de inovar, de criar algo que
nunca tenha sido visto anteriormente e que realmente possa fazer a diferença”.
A primeira pergunta sobre esta descrição é: quais são as parecenças que existem
e em que é que vocês são diferentes?
FV: Temos
ambas um gosto muito minimalista, muito clean,
muito futurista.
EB: A grande
diferença é que a Francisca é mais conceptual e eu sou mais comercial.
FV: Por isso
é que nos complementamos tão bem! Nós tentamos arranjar sempre um ponto de
equilíbrio entre as duas.
E o que é realmente único nas vossas
criações, realmente inovador?
FV: Nós não estamos habituados a ver uma pessoa na rua com uma peça de arte vestida...
FV: Nós não estamos habituados a ver uma pessoa na rua com uma peça de arte vestida...
EB: Já
existem marcas que fazem parcerias com outros artistas, mas não existe, que nós
conheçamos, uma marca que se foque somente na colaboração com outros artistas.
Há colecções cápsulas feitas com artistas, mas não há uma marca que faça todas
as colecções com artistas. Cada colecção que nós viermos a fazer será
totalmente focada num artista. Nós queremos destacar-nos por esse lado e fazer
essa ligação directa da moda com a arte.
Aliás, vocês descrevem-se como “uma marca
imponente, arrogante e requintada, onde o mundo da arte se funde com o mundo da
moda”. Que relação existe entre esses mundos?
FV: A moda é
arte...
EB: São dois
mundos muito próximos, mas também muito longínquos e é essa distância que nós
queremos reduzir. É tentar fazer com que a arte se possa vestir... No fundo, a
moda também é arte.
Como é que vocês escolhem os artistas com
que querem trabalhar?
FV: Eu já
conhecia o trabalho do Luio e sempre fui fã do que ele fazia. Mostrei o
trabalho dele à Elisa e ela adorou. Fez-nos sentido que ele fosse o primeiro
artista com quem íamos colaborar, por também já ter alguma experiência e para
nos poder ajudar. Felizmente, ele aceitou a nossa proposta e esta colecção
nasceu.
Com que outros artistas gostariam de
trabalhar?
EB: Banksy!
Claramente o Banksy! É revolucionário porque o que ele faz é uma crítica à
sociedade e poderia funcionar também no mundo da moda.
FV: Eu
gostava de trabalhar com o Alexandre Farto, o Vhils. Os trabalhos dele são
realmente fantásticos e penso que o lado escultural das obras dele poderia
funcionar muito bem.
O que esperam desta participação no Sangue
Novo?
FV: Muitas
portas abertas para o futuro! O nosso objectivo com a participação na
ModaLisboa é sentir o feedback das
pessoas para avaliar se realmente há condições para lançar esta marca no
mercado.
--
Elisa Boto and Francisca Veiga met while styding at ESART and decided to create a project that would bring fashion and art together. For their first collection, they collaborated with Portuguese artist Luio Onassis.
Why did you create this project?
EB: This is our graduation project.
Francisca and I decided to do it together and to do something that was
different.
How did you choose “RUA 148” as your name?
FV: That’s a funny story. We chose
“exquisite” as the best adjective to describe our brand, so in Portuguese it
would be “requintada”. Using letters from that word, we created “rua”, which
means “street” in English. Then, we just played with that word and with
numbers. If the “r” would be the 1st
letter from “requintada”, the “u” would be the fourth and the “a” the 8th.
That’s how we got to the 148…
EB: But the word “rua” isn’t there
by chance. We wanted the brand to have some connection with art and we feel
that nowadays street art plays a very important role because of the freedom it
involves. Just think of Bansky and what he represents.
You describe yourselves as two friends with some similarities; a will to
innovate and create something new and unique that can make a difference. First
question is: which are those similarities and what sets you apart?
FV: We both have a very minimalist,
clean and futurist aesthetics.
EB: The big difference is that
Francisca is more conceptual and I am more commercial.
FV: That’s why we complement each
other so well. We always try to find some balance.
And what is it about what you do that can be considered new and unique?
FV: We are not used to seeing people
walking down the street wearing a work of art.
EB: There are already brands
collaborating with other artists, but there isn’t any brand that is only
focused on doing that. At least, that we’ve heard of. There are capsule
collections, but there is no brand that collaborates with an artist in every
single collection. We want to collaborate with an artist in every single
collection we do. We want to have that connection between fashion and art.
You actually describe yourselves as an “imponent, arrogant and exquisite
brand, which combines the art and the fashion worlds”. What relationship is
there between those two worlds?
FV: Fashion is art…
EB: Those are two very close worlds,
but they are so far away from each other at the same time. We want to bring
them even closer and make art wearable. In the end, fashion is an art form.
How do you choose the artist you’ll collaborate with?
FV: I was already familiar with
Luio’s work and have always been a fan. I showed it to Elisa and she loved it.
For us, it made perfect sense that he would be the first artist we would
collaborate with, also because of his experience. Fortunately, he accepted our
proposal!
Who else would you like to collaborate with?
EB: Banksy! Definitely Banksy! He’s
revolutionary because what he makes is a form of social commentary. Applied to
the fashion world, I think the result could be really interesting.
FV: I would like to collaborate with
Alexandro Farto, also known as Vhils. His works are really great and I think
that the sculptural aspect of his work could create a very interesting result.
What do you expect form your show at ModaLisboa?
FV: A lot of open doors! Our goal
really is to get feedback in order to assess if there are conditions for us to really
launch this brand.
No comments:
Post a Comment