Depois de ter começado a estudar Design de Moda aos 15 anos, Juliana Cunha acabou recentemente a licenciatura na ESAD - Escola Superior de Artes e Design. Nesta edição do Sangue Novo, estreia-se com "Wattled", uma colecção que representa o seu universo criativo.
Como é que surgiu a moda na tua vida?
Na
realidade, eu andava um pouco perdida. Não me identificava muito com o que nos
ensinavam na escola e pensava “por que raio, para que raio quero eu isto?”
Quando penso
na minha infância, realmente, a moda já lá estava porque as minhas brincadeiras
eram fazer roupa para as bonecas e para mim mesma. No Secundário, decidi optar
logo pelo curso de Design de Moda e aí tudo fez sentido.
A descrição da tua colecção refere que ela
“representa o universo criativo de Juliana Cunha”. Como é esse universo
criativo?
Olhando para
os meus trabalhos anteriores, as peças encaixam-se. Há uma relação entre os
trabalhos e as colecções que fui fazendo. Esta colecção representa aquilo que
eu trabalho normalmente: os volumes, as sobreposições, os cortes, as
assimetrias... Tudo isto estava presente nos trabalhos anteriores.
O que é característico nas tuas colecções?
Normalmente,
é uma silhueta muito limpa, com volumes e as sobreposições a surgirem com
frequência. As peças tendem a ser mais rígidas, com atenção à construção.
Qual foi o ponto de partida desta colecção?
Eu gosto
muito de design e estava a pesquisar
na net quando me apareceu um trabalho
da Karen Ryan, em que ela conjugava diferentes cadeiras. Olhei para aquela
imagem e pensei: “é isto”. Havia ali tantas ideias ao nível das formas, das
linhas, da conjugação de design clássico com design moderno...
O que representa ter sido seleccionada para
o Sangue Novo?
Participar
na ModaLisboa era algo que eu realmente queria muito. Eu já tinha participado
no Portugal Fashion, por ter ganho o concurso do Modtissimo. A ModaLisboa é
diferente porque aqui temos que enviar uma colecção que é analisada e porque há
muito mais gente a concorrer.
Continuar a apresentar colecções é algo que
queres fazer?
Lançar a
minha marca é algo que eu quero realmente muito, mas neste momento quero
trabalhar na indústria para conhecer esse lado e para trabalhar em equipa.
Trabalhar numa empresa é estar no mundo real, fora da universidade, e vai
fazer-me crescer. Nós estamos habituados a trabalhar individualmente, a
trabalhar as nossas ideias apenas. Ter uma ideia e discuti-la com um grupo de
trabalho é importante e permite-nos evoluir.
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Studying fashion design since she was 15, Juliana Cunha recently gratuated from ESAD. In this edition of Sangue Novo, she will present "Wattled", a collection that represents her own creative universe.
How did you first become interested in fashion?
Actually, I was a bit lost. At school,
I couldn’t really relate to what they thought us. I used to think “what the
hell do I need this for?” When I think about my childhood, fashion was
something already present, because I used to make clothes for my dolls and for
myself.
This collection is described as representing your own creative
universe. What is that universe like?
Looking back to my previous works,
the pieces fit. There is a relationship between all the works and collections I
made. This collection represents what I usually do: volumes, layers,
asymmetries, and cutouts… these were all present in my previous works.
What is it that describes your aesthetics and your designs?
I usually work a very clean
silhouette, with volumes and layers. Garments tend to be hard instead of soft,
with special attention to the construction.
What was the starting point of this collection?
I really like design and was surfing
the net when I came across this work by Karen Ryan. She had used different
chairs and it all made sense. There were so many ideas there – the forms, the
lines, the juxtaposition between classical and modern design...
What does it represent to be chosen to present at Sangue Novo?
Showing at ModaLisboa was something
that I really wanted. I had showed at Portugal Fashion, after winning Modtissimo.
ModaLisboa is different because we have to send a collection, which will be
analyzed, and because there is so many people trying.
Presenting your own collections is something that you would like to do?
Creating my own brand is something
that I really want to do, but right now I would like to work in a factory, so I
can get to know that side of the industry and to be part of a team. We are used
to work individually, to work our own ideas. Having an idea and discuss it with
a group of people is important and allows us to evolve.
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