Licenciado em Design de Moda e Têxtil pela ESART, Joaquim Correia volta à plataforma "Sangue Novo" para apresentar a colecção "Epidemia".
Tu estiveste presente na primeira edição do
Sangue Novo e estás agora de regresso. Como é estar de volta?
Sim, eu não
pude participar na segunda edição porque estava a fazer o mestrado e era muito
difícil desenvolver uma colecção ao mesmo tempo. Estar de regresso é um
incentivo e também é uma retribuição e o reconhecimento do meu trabalho.
Apresentar novamente significa que as pessoas gostam do meu que eu faço.
A primeira colecção que apresentaste no
Sangue Novo foi uma das mais marcantes, pelo uso do látex, um material pouco
convencional. Como surgiu a ideia de trabalhar com látex?
Eu nunca
tinha trabalhado com látex nem tinha informação de como se trabalhava o
material. A ideia surgiu quando olhei para umas luvas normais, dessas que temos
em casa. Acabei por comprar um litro de látex e comecei a experimentar, a ver
como se comportava o material e o que poderia fazer com ele.
Que relação existe entre as duas colecções?
Depois da
colecção anterior, eu tinha que inovar e sabia que não poderia fazer novamente
uma colecção só com látex. Eu tento pegar em coisas básicas e manipulá-las. Por
exemplo, nesta colecção eu tenho o plissado. O plissado é muito visto... mas
não em látex e, ainda por cima, oxidado!
O látex continua a estar muito presente?
Eu quis
continuar com o látex porque tive um bom feedback e porque ficou quase uma
imagem de marca minha. Há designers
que já trabalharam o látex, claro, mas não da maneira como eu trabalhei. Nesta
colecção, para não ser só látex, quis incluir outros materiais, como a madeira,
por exemplo, e depois quis trabalhar a oxidação nos vários materiais.
Como é, normalmente, o teu processo
criativo?
Eu não sou
muito de fazer esboços. O meu processo é mais mental. Para esta colecção, eu já
tinha na minha cabeça uma ideia para uma silhueta, para o primeiro coordenado.
Foi a partir dessa ideia, desse esboço, dessa silhueta que fui construindo a
colecção.
Qual foi o ponto de partida desta colecção?
O conceito
inicial foi a ideia de epidemia, de contágio. Depois há uma decomposição da
matéria-prima, da silhueta e da própria colecção. É como se a madeira fosse a
matéria-prima inicial e eu a fosse delapidando. Da maneira passa para a pele,
depois para o látex, para as escamas e finalmente para o tule. É quase uma
transformação causada pela passagem do tempo.
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Graduated in Fashion and Textile Design from ESART, Joaquim Correia is now back at the Sangue Novo platform to present "Epidemia" [Epidemic].
You presented in the first edition of Sangue Novo and will be presenting
now. How does it feel to be back?
I couldn’t present in the second
edition because I was doing my master and it was really difficult to make a
collection at the same time. Being back is an incentive as well as a
recognition of my work. Present another collection means people appreciate what
I do.
The collection you presented in the first edition was one of the most
memorable because of the material you used. How did you think of using latex?
I had never used latex and I
had no information on how I could work with it. The idea came up when I looked
at a pair of latex gloves, like the ones everyone has at home. I bought a liter
of it and started experimenting, seeing how it would react and how I could use it.
What relation is there between the two collections?
After my first collection, I had to
innovate. I knew I couldn’t present yet another collection where I would use only latex. I
try to use basic things and manipulate them. For example, in this collection I
have a oxidized pleated latex, which is very unconventional.
Do you use latex a lot in this collection?
I wanted to use latex again because
the feedback was very positive and because it became almost a sort of
trademark. Some designers have already used latex but not in the same way I
did. In this collection, I decided to use other materials, such as wood, and to
try to oxidize them.
What’s your creative process like?
I don’t sketch a lot. My process
tends to be more mental. For this collection, I already had a silhouette in my
head, I already had the first outfit. That was the foundation of the
collection.
What was the starting point of this collection?
The initial concept was the idea of epidemic
and contagiousness. Then, there is some sort of a decomposition of the raw material,
of the silhouette and the collection itself. We go from wood to leather, then
to latex, then to scales and finally to tulle. It’s almost as if time caused
this transformation.
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