Katharina
Kölln nasceu na Alemanha, em 1985. Estudou na ESMOD, em Paris, trabalhou em
Londres e, entre outros destinos, passou três meses a viajar pela Austrália. É
precisamente a necessidade e o gosto por viagens que inspira a colecção “On The
Go”, que vai apresentar na plataforma Sangue Novo.
De que
forma é que os sítios por onde passaste e as viagens te influenciam?
As minhas viagens e os sítios por onde passei são
a minha inspiração. Esta colecção é inspirada nisso e no sentimento de querer
viajar. Eu não viajo há dois anos, então estou em pulgas! Foi um pouco o
sentimento de que as pessoas podem deixar tudo quando quiserem, quando tiverem
necessidade de fugir do dia-a-dia, e fazer outra coisa.
Foi
esse o principal ponto de partida da tua colecção?
Viajar, pegar numa mochila e fugir é uma coisa
realmente importante para mim. Depois vi o concurso e decidi concorrer. Eu
queria fazer isto, mas também queria viajar, então peguei nessa ideia e fiz a
colecção.
A ideia é um rapaz ou uma rapariga que trabalha
num escritório, em roupas clássicas, que precisa de ir embora, precisa de
respirar. Então vai a casa, agarra num casaco, numas botas, numa mochila grande
e vai-se embora.
No ano
passado criaste a marca Ina Koelln e lançaste um negócio de malas. Como é que
isso aconteceu?
Aconteceu por acaso... Quando cheguei a Portugal,
vi pela primeira vez a cortiça ser utilizada em forma de tecido. Nunca tinha
visto isso! Foi brutal! Na Alemanha, havia um concurso de design ecológico,
então decidi fazer um projecto com malas de cortiça para o concurso. Não
ganhei, mas a reacção foi positiva. Foi aí que pensei “OK, já agora, posso
tentar criar um pequeno negócio”.
O que
te fez ficar em Lisboa?
É a primeira vez em dez anos que fico num sítio
onde penduro coisas na parede, onde tenho uma casa com contrato e todas essas
coisas sérias. Eu sinto que cheguei a casa, sinto-me bem aqui. A vida é muito
tranquila. Gostei imenso dos outros sítios onde vivi... A Austrália é incrível,
também gostei imenso de Londres. Todos os sítios têm algum interesse, mas nunca
senti que tivesse que ficar.
Em
relação à forma como as pessoas vivem a moda, que diferenças sentes entre
Lisboa e cidades como Paris ou Londres?
Em Paris, por exemplo, se estiveres em casa de
pijama e quiseres ir à rua comprar uma baguette,
as pessoas vão ficar a olhar para ti porque estás de pijama. Em Londres, é o
oposto, podes andar como quiseres, podes pôr umas cuecas em cima da cabeça e
ninguém olha! Aqui é um meio termo. Não há um estilo tão maluco como em Londres,
mas podes ser diferente.
Tu
descreves a tua marca como “slow fashion”.
O que está por detrás desse conceito?
Hoje em dia, o consumo é muito grande em tudo,
não só na moda. Eu gosto de me voltar para o que é importante. Prefiro comprar
uma peça de boa qualidade e durante três ou seis meses não comprar nada.
Por isso é que as minhas peças são simples, para
que daqui a 2 ou 3 anos ainda possam ser utilizadas porque não foram
ultrapassadas por nenhuma tendência. Por isso é que a qualidade das peças é
também importante.
Quais
são os próximos passos da marca Ina Koelln?
O feedback tem sido muito positivo, por isso a minha
prioridade são as malas. Quero tentar apostar aí. Talvez aposte mais no calçado
também porque já tenho parceiros para esta colecção. Também gostava de
continuar na parte da roupa, mas tenho que ver se encontro fábricas que façam
quantidades pequenas e a parte financeira... Vamos ver qual é o feedback da
ModaLisboa!
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Katharina Kölln was born in Germany in 1985. She studied at ESMOD, in Paris, worked in London and, among other journeys, travelled around Australia for three months. The need and the passion for travelling inspired “On The Go”, the collection she will be presenting at Sangue Novo.
How do your journeys influence you?
My journeys
and the places I have visited are my inspiration. This collection is inspired
by the need to travel. I haven’t travelled in the last two years, so I am
feeling extremely anxious. It was the feeling that people can leave everything
behind when they want, when they feel the need to run away, and do something
else.
Was that the main concept for this collection?
Travelling,
grabbing a backpack and running away is something really important for me. Then
I saw the Sangue Novo contest… I
wanted to do it, but I also wanted to travel. So I took that idea and created
this collection.
The collection
is based on the idea of a boy or a girl who works in an office, wears classical
clothes, and feels this need to escape, to breath. So, they go home, grab a
coat, a pair of boots, a backpack and goes away.
Last year you created your own brand, Ina Koelln, and launched
a bags collection. How did that happen?
It was an
accident… When I first got to Portugal, I realized that cork was being used as
fabric. I had never seen that! It was awesome! In Germany, there was a
ecological design contest, so I decided do present a project on bags made out
of cork. I didn’t win, but the reaction was very positive. That’s when I
thought “OK, maybe I can try to start a small business here”.
Why did you decide to stay in Portugal?
This is the
first time in ten years that I hang things on the walls, that I have a real
estate contract and all those serious things… I feel that I arrived home, I
feel good here. Life is very quiet. I really liked all the places I have been
to. Australia is amazing and I really appreciated London as well. Every single
place is interesting in a way, but I never felt like I should stay.
Would you say that people have a different relation
with fashion in Lisbon, when compared to cities like Paris or London?
In Paris, for
example, if you’re home on your pajamas and want to go buy a baguette, people will stare at you
because you’re wearing your pajamas. In London, it’s quite the opposite. You
can wear your underwear on your head and no one cares! In Lisbon, style isn’t
as crazy as in London, but you can still be different.
You describe your brand as “slow fashion”. What’s
behind that concept?
Nowadays,
consumption is very high, not only in fashion. I like to go back to what is
important. I’d rather buy a good quality garment and not buy a single piece in the
next three or six months.
That’s why my
pieces are simple. In 2 or 3 years people can still use them because they are
not out-of-trend. And that’s why quality is so important.
What are the next steps for your brand?
Feedback has
been very positive, so my priority is bags. Maybe I’ll try footwear as well,
because I already have a partnership for this collection. And I would like to
move on with ready-to-wear, but I need to find a good partnership for that. And
there’s also the financial part… Let’s wait for the reaction at ModaLisboa!
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