Catarina Oliveira
nasceu em 1992 e licenciou-se em Design de Moda pela ESAD em 2013. Na sua
segunda participação na plataforma Sangue Novo, apresenta a
colecção “Unfold”.
Como começou o
teu percurso na moda?
Talvez tenha sido pela influência da minha família,
especialmente a minha avó materna que trabalhava em trajes regionais. Lembro-me
de, quando era bem pequena, começar a trocar os vestidos das bonecas pelas
peças de roupa que eu fazia.
E de que forma
surgiu o foco no menswear?
O vestuário masculino sempre me interessou e considero-o
mais difícil. É preciso inovar, trabalhar mais ao nível dos detalhes em vez de alterar
continuamente a forma da peça de roupa. Além disso, o menswear ainda não é muito trabalhado cá em Portugal, por isso é um
desafio maior.
É fácil para uma
mulher desenhar para homem?
Todos os designers
conseguem desenhar para homem ou para mulher, o que existe sempre é uma
preferência. No meu caso é o menswear,
provavelmente porque o meu grupo de amigos é maioritariamente masculino. Talvez
seja por isso...
Esta é a tua
segunda participação no Sangue Novo. Olhando para trás, para a primeira edição,
como vês essa experiência?
A primeira vez que participei no Sangue Novo foi como um
troféu. Concorri com a minha colecção de final de curso e a presença na
plataforma fez com que tudo valesse a pena. Esta segunda participação é uma demonstração
do valor do meu trabalho, uma validação. O Sangue Novo é um meio de os jovens
criadores terem acesso a alguma visibilidade e, quem sabe, projecção. É
gratificante ver o meu trabalho exposto na imprensa nacional e, principalmente,
na internacional.
O que é que se
mantém da colecção anterior?
Esta colecção é o cimentar de uma estética, é uma
continuação numa linha muito desportiva, embora um pouco mais contida em termos
visuais.
Nesta, tentei transmitir uma libertação do eu. A minha
principal influência foi o trabalho de Boris Tellegen, que usa a destruição da
matéria para voltar a construir.
De que forma é
que isso se manifesta na colecção?
Através de sobreposições de camadas e no contraste entre as
peças interiores que são mais justas ao corpo, quase como uma protecção, e ao fit exterior que é largo, quase oversized.
Como encaras o
futuro?
Para mim, é importante passar pela indústria. É um meio diferente,
com outros pontos de partida, outras regras, outro conceito. É necessário respeitar
uma marca e toda uma identidade que não é a nossa.
Por outro lado, para além dos contactos
que adquirimos, permite-nos perceber outras realidades relevantes para a
construção de uma carreira profissional.
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Born in 1992, Catarina Oliveira graduated in Fashion Design from ESAD in 2013. In her second presence on the Sangue Novo platform, she will present "Unfold".
How did you become interested in fashion?
It may have been because
of my family, especially my grandmother who worked with regional costumes. I
remember when I was a child I started dressing dolls with clothes I would make
myself.
And why the focus on menswear?
Menswear has always
interested me and I consider it to be more difficult. We need to innovate, to
pay more attention to details instead of continuously changing the shape of a
garment. Besides, menswear still has a long way to go in Portugal, it’s quite
unexplored and therefore is a bigger challenge.
Is it easy for a woman to design menswear?
Everyone can design for
men or women, but there’s always a preference. In my case, it’s menswear maybe
because most of my friends are guys. Maybe that’s the reason...
This is your second participation on Sangue Novo. Looking back to the first
edition, how do you see it?
The first time I
participated was like a trophy. I presented my graduation collection and it
made everything worth it. This second time is a validation, it’s the
demonstration of the value of my work.
Sangue Novo is a
platform that allows young designers to have some exposure and, maybe, some
projection. It’s rewarding when we see our work on the press, especially
on international media.
Is there any relationship between this and your
previous collection?
This collection is a consolidation
of my aesthetics. It’s still very sportswear, but a bit more quiet visually.
In this collection I
tried to approach the liberation of the self. The main influence was Boris Tellegen’s
work and this idea of destroying the matter to reconstruct it.
How does that translate into the collection?
Through layering and the
contrast of pieces that are very fitted to the body, almost like a second
skin, and the almost oversized outerwear.
What do you expect from the future?
For me, it would be
important to work in the industry. It’s a different reality, with other
starting points, other rules, other concept. We also need to respect a brand
and an identity other than ours.
On the other hand, we get to know people and be in touch with certain aspects that are relevant for a professional career.
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