Monday, March 03, 2014

ModaLisboa | Sangue Novo: Catarina Oliveira


Catarina Oliveira nasceu em 1992 e licenciou-se em Design de Moda pela ESAD em 2013. Na sua segunda participação na plataforma Sangue Novo, apresenta a colecção “Unfold”.

Como começou o teu percurso na moda?
Talvez tenha sido pela influência da minha família, especialmente a minha avó materna que trabalhava em trajes regionais. Lembro-me de, quando era bem pequena, começar a trocar os vestidos das bonecas pelas peças de roupa que eu fazia.

E de que forma surgiu o foco no menswear?
O vestuário masculino sempre me interessou e considero-o mais difícil. É preciso inovar, trabalhar mais ao nível dos detalhes em vez de alterar continuamente a forma da peça de roupa. Além disso, o menswear ainda não é muito trabalhado cá em Portugal, por isso é um desafio maior.

É fácil para uma mulher desenhar para homem?
Todos os designers conseguem desenhar para homem ou para mulher, o que existe sempre é uma preferência. No meu caso é o menswear, provavelmente porque o meu grupo de amigos é maioritariamente masculino. Talvez seja por isso...

Esta é a tua segunda participação no Sangue Novo. Olhando para trás, para a primeira edição, como vês essa experiência?
A primeira vez que participei no Sangue Novo foi como um troféu. Concorri com a minha colecção de final de curso e a presença na plataforma fez com que tudo valesse a pena. Esta segunda participação é uma demonstração do valor do meu trabalho, uma validação. O Sangue Novo é um meio de os jovens criadores terem acesso a alguma visibilidade e, quem sabe, projecção. É gratificante ver o meu trabalho exposto na imprensa nacional e, principalmente, na internacional.

O que é que se mantém da colecção anterior?
Esta colecção é o cimentar de uma estética, é uma continuação numa linha muito desportiva, embora um pouco mais contida em termos visuais.
Nesta, tentei transmitir uma libertação do eu. A minha principal influência foi o trabalho de Boris Tellegen, que usa a destruição da matéria para voltar a construir.

De que forma é que isso se manifesta na colecção?
Através de sobreposições de camadas e no contraste entre as peças interiores que são mais justas ao corpo, quase como uma protecção, e ao fit exterior que é largo, quase oversized.

Como encaras o futuro?
Para mim, é importante passar pela indústria. É um meio diferente, com outros pontos de partida, outras regras, outro conceito. É necessário respeitar uma marca e toda uma identidade que não é a nossa.
Por outro lado, para além dos contactos que adquirimos, permite-nos perceber outras realidades relevantes para a construção de uma carreira profissional.

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Born in 1992, Catarina Oliveira graduated in Fashion Design from ESAD in 2013. In her second presence on the Sangue Novo platform, she will present "Unfold".

How did you become interested in fashion?
It may have been because of my family, especially my grandmother who worked with regional costumes. I remember when I was a child I started dressing dolls with clothes I would make myself.

And why the focus on menswear?
Menswear has always interested me and I consider it to be more difficult. We need to innovate, to pay more attention to details instead of continuously changing the shape of a garment. Besides, menswear still has a long way to go in Portugal, it’s quite unexplored and therefore is a bigger challenge.

Is it easy for a woman to design menswear?
Everyone can design for men or women, but there’s always a preference. In my case, it’s menswear maybe because most of my friends are guys. Maybe that’s the reason...

This is your second participation on Sangue Novo. Looking back to the first edition, how do you see it?
The first time I participated was like a trophy. I presented my graduation collection and it made everything worth it. This second time is a validation, it’s the demonstration of the value of my work.
Sangue Novo is a platform that allows young designers to have some exposure and, maybe, some projection. It’s rewarding when we see our work on the press, especially on international media.

Is there any relationship between this and your previous collection?
This collection is a consolidation of my aesthetics. It’s still very sportswear, but a bit more quiet visually.
In this collection I tried to approach the liberation of the self. The main influence was Boris Tellegen’s work and this idea of destroying the matter to reconstruct it.

How does that translate into the collection?
Through layering and the contrast of pieces that are very fitted to the body, almost like a second skin, and the almost oversized outerwear.

What do you expect from the future?
For me, it would be important to work in the industry. It’s a different reality, with other starting points, other rules, other concept. We also need to respect a brand and an identity other than ours.
On the other hand, we get to know people and be in touch with certain aspects that are relevant for a professional career.

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