Licenciada pela Universidade de Kingston em 2011, Patrícia da Costa fundou a PPDC em 2012. Em 2015, a marca estará presente pela primeira vez na ModaLisboa com a "Coleção III".
Qual foi o ponto de partida para esta colecção?
O meu
processo é sempre o mesmo, ou seja, eu faço uma pesquisa profunda e vasta,
sempre à base de livros, de arte, de arquitectura, de pintura... Esta colecção
começou a partir de um livro de fotografias do Todd McLellan, o “Things Come
Apart”. São fotografias muito técnicas porque o que ele fez foi pegar em vários
dispositivos, como um iPhone ou uma máquina de escrever, desmontou-os e tirou
uma fotografia de todos os seus componentes.
Como é que esse conceito se revela na colecção?
A forma
muito linear e clean das fotografias
interessou-me bastante porque tem a ver com a minha linha. Algumas formas da
colecção vêm precisamente destas fotografias.
Esta ideia
de os vários componentes formarem um todo foi também algo que acabei por explorar
na colecção, através de peças com encaixes.
Depois há
sempre referências ao tailoring
masculino em termos de formas, ainda que eu desenhe roupa para mulher. A
nitidez e a atenção ao detalhe na moda masculina é muito interessante e isso às
vezes falta na moda feminina. As minhas formas são maioritariamente rectas, mas
nesta colecção misturei também as formas mais femininas e redondas de Gaudí, em
especial as da casa Batlló.
Em que é que esta colecção reflecte a estética da marca?
O tailoring masculino é, de facto, uma referência muito forte e está bastante presente nesta colecção. Depois há também os blocos de textura: os vários painéis com texturas diferentes embora da mesma cor são muito marcantes. Esta ideia dos cortes, das texturas e dos reflexos é algo que eu gosto muito de trabalhar.
O que é que destacarias nesta colecção?
Comparando com colecções anteriores, a qualidade dos tecidos é algo que se destaca. Além disso, acho que é mesmo essa ideia do tailoring masculino, de usar essa referência no vestuário feminino. É a primeira vez que uso uma referência tão forte ao tailoring, com lapelas dos fatos de homem ou com a presença de coletes, por exemplo.
Que expectativas tens para o desfile?
Estou à espera de estar muito stressada, isso de certeza!
Eu estou contente com a colecção e sei que as peças estão bem confeccionadas e que assentam bem. Espero que as pessoas gostem porque me parece que será algo diferente do habitual, uma silhueta distinta.
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Graduated from Kensington University in 2011, Patrícia da Costa founded PPDC in 2012. Now in 2015, she will make her debut at ModaLisboa, where she will present "Collection III".
What was the starting point of this collection?
My process is always the same: a lot of research. I use mainly books on art, architecture, painting, etc. The starting point of this collection was “Things Come Apart”, a photo book by Todd McLellan. His photos are very technical, as he disassembles devices such as an iPhone or a writing machine and takes a photo of all the components.
How did you translate that into the collection?
McLellan’s photos are very linear and that is something that I can relate to because it is similar to my own aesthetics. Some of the shapes that I ended up using in the collection actually come from his photos.
The idea that all components come together to create an object is something that I have also explored, creating pieces with mortises.
Then, there are also references to classic tailoring, as far as shapes are concerned, although I design womenswear. Its sharpness and attention to detail is something that also makes sense in womenswear. Usually, my shapes are straight, but in this collection I have mixed it up a bit, as I took inspiration from Gaudí’s curvy shapes, especially in the Batlló House.
How does this collection reflect PPDC’s aesthetics?
The classic tailoring is a very strong reference and you can really see it in this collection. Then, there’s also the mix of all these different textures, the cuts, the reflexes, which is something I really enjoy.
Is there anything in this collection that stands out?
Taking into consideration my previous collections, I think that the quality of the fabrics makes a difference. Moreover, I feel that the collection stands out because of the tailoring references and techniques, such as the lapels or the vest.
How do you feel about the show?
I will be very stressed, that’s for sure! I am very happy with this collection though, and I know that all the garments are well made and they fit well. I hope people like the collection because I feel it is something different from what they usually see here; it’s a different silhouette.
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