Conheceram-se na ESART, em Castelo Branco, mas foi na Bélgica que Alexandre Pereira e Felícia Macedo criaram o projecto M HKA. Lê-se MUHKA e deve o nome a um museu em Antuérpia. Estreiam-se na ModaLisboa com "Lemonade".
Qual foi o ponto de partida para esta colecção?
FM: Basicamente, a nossa ideia era mesmo participar no Sangue Novo. Foi isso que nos fez desenvolver esta colecção. O ponto de partida foi voltar aos anos 90, em que nós nascemos, voltar ao nosso lado mais infantil. Na altura em que começámos a desenvolver a colecção estávamos ambos na Bélgica e isso acabou por trazer muitas influências novas.
Como é que esse conceito se revela na colecção?
AP: Quando somos mais pequenos, tudo parece maior, então jogámos com as proporções das peças – juntar uma t-shirt pequena com uns calções bastante grandes, por exemplo. Foi muito esta ideia da percepção que temos de tudo quando éramos mais pequenos. Depois foi também incluir os desenhos animados que víamos e conjugar com as cores primárias.
FM: Mesmo os tecidos e os estampados remetem para este lado infantil e para os desenhos animados.
De que forma é que esta colecção reflecte a estética da marca?
AP: A colecção é mesmo o resultado do nosso trabalho em conjunto porque se formos ver colecções de cada um de nós a estética é muito diferente. É uma estética que nós estamos ainda a trabalhar.
FM: É engraçado porque quem conhece o nosso trabalho individual não diria que aquilo é nosso. Na altura, como não sabíamos se íamos ser seleccionados ou não, não estivemos preocupados com a execução das peças. Houve mesmo um libertar de ideias e é por isso que a nossa colecção é tão diferente.
O que é que destacarias nesta colecção?
FM: A nossa colecção tem tanta coisa que destacar algo é difícil. Ela funciona precisamente graças à junção de tudo o que temos. Tivemos muita preocupação com os materiais e com as texturas que usámos. A própria conjugação das cores não é tão instantânea porque conjugar as três cores primárias não é assim tão fácil, ainda por cima quando nós não trabalhamos muito com cores.
AP: Acho que o que nos diferencia dos outros participantes é que a nossa colecção realmente tem muita, muita cor e o facto de ser a mais infantil.
Que expectativas tens para o desfile?
FM: Acho que para já não temos expectativas. A colecção, na nossa opinião, é tão diferente que tanto pode correr muito bem como pode correr muito mal. Nós gostávamos de fazer disto uma marca, mas estamos dependentes da aceitação das pessoas.
AP: E também a nível financeiro... É ver se é possível.
FM: Nós achamos que ter outras pessoas a colaborar connosco enriquece o nosso trabalho. É tão difícil entrar no mercado... Se pudermos dar a oportunidade a outras pessoas de se juntarem e tornarem o projecto mais interessante, toda a gente beneficiaria.
E porquê o nome M HKA?
AP: M HKA não tem nenhum significado. Basicamente, nós estávamos na Antuérpia e havia um museu que se chamava M HKA. Nós gostamos muito do nome e era um museu a que íamos de vez em quando. Como não sabíamos que nome dar à marca e a sonoridade era fixe, ficou. A nós, agora, se nos disserem M HKA, faz-nos lembrar o tempo que estivemos na Antuérpia, onde criámos a colecção...
FM: É uma parte de nós, uma referência, que quisemos trazer para o que estamos a fazer agora.
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They first met in Castelo Branco, at ESART, but it was in Belgium that Alexandre Pereira and Felícia Macedo created M HKA. It's read MUHKA and the project was named after a museum in Antwerp. In their Sangue Novo debut, they will present "Lemonade".
What was the starting point of this collection?
Qual foi o ponto de partida para esta colecção?
FM: Basicamente, a nossa ideia era mesmo participar no Sangue Novo. Foi isso que nos fez desenvolver esta colecção. O ponto de partida foi voltar aos anos 90, em que nós nascemos, voltar ao nosso lado mais infantil. Na altura em que começámos a desenvolver a colecção estávamos ambos na Bélgica e isso acabou por trazer muitas influências novas.
Como é que esse conceito se revela na colecção?
AP: Quando somos mais pequenos, tudo parece maior, então jogámos com as proporções das peças – juntar uma t-shirt pequena com uns calções bastante grandes, por exemplo. Foi muito esta ideia da percepção que temos de tudo quando éramos mais pequenos. Depois foi também incluir os desenhos animados que víamos e conjugar com as cores primárias.
FM: Mesmo os tecidos e os estampados remetem para este lado infantil e para os desenhos animados.
De que forma é que esta colecção reflecte a estética da marca?
AP: A colecção é mesmo o resultado do nosso trabalho em conjunto porque se formos ver colecções de cada um de nós a estética é muito diferente. É uma estética que nós estamos ainda a trabalhar.
FM: É engraçado porque quem conhece o nosso trabalho individual não diria que aquilo é nosso. Na altura, como não sabíamos se íamos ser seleccionados ou não, não estivemos preocupados com a execução das peças. Houve mesmo um libertar de ideias e é por isso que a nossa colecção é tão diferente.
O que é que destacarias nesta colecção?
FM: A nossa colecção tem tanta coisa que destacar algo é difícil. Ela funciona precisamente graças à junção de tudo o que temos. Tivemos muita preocupação com os materiais e com as texturas que usámos. A própria conjugação das cores não é tão instantânea porque conjugar as três cores primárias não é assim tão fácil, ainda por cima quando nós não trabalhamos muito com cores.
AP: Acho que o que nos diferencia dos outros participantes é que a nossa colecção realmente tem muita, muita cor e o facto de ser a mais infantil.
Que expectativas tens para o desfile?
FM: Acho que para já não temos expectativas. A colecção, na nossa opinião, é tão diferente que tanto pode correr muito bem como pode correr muito mal. Nós gostávamos de fazer disto uma marca, mas estamos dependentes da aceitação das pessoas.
AP: E também a nível financeiro... É ver se é possível.
FM: Nós achamos que ter outras pessoas a colaborar connosco enriquece o nosso trabalho. É tão difícil entrar no mercado... Se pudermos dar a oportunidade a outras pessoas de se juntarem e tornarem o projecto mais interessante, toda a gente beneficiaria.
E porquê o nome M HKA?
AP: M HKA não tem nenhum significado. Basicamente, nós estávamos na Antuérpia e havia um museu que se chamava M HKA. Nós gostamos muito do nome e era um museu a que íamos de vez em quando. Como não sabíamos que nome dar à marca e a sonoridade era fixe, ficou. A nós, agora, se nos disserem M HKA, faz-nos lembrar o tempo que estivemos na Antuérpia, onde criámos a colecção...
FM: É uma parte de nós, uma referência, que quisemos trazer para o que estamos a fazer agora.
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They first met in Castelo Branco, at ESART, but it was in Belgium that Alexandre Pereira and Felícia Macedo created M HKA. It's read MUHKA and the project was named after a museum in Antwerp. In their Sangue Novo debut, they will present "Lemonade".
What was the starting point of this collection?
FM: Basically, it all started because we
wanted to participate at Sangue Novo. That’s what made us design this
collection. The starting point was the idea of going back to the 90s, to when
we were kids and childlike. We started creating this collection in Belgium, and
that brought a lot of new influences.
How did you translate that concept into the collection?
AP: When we are kids, everything
looks bigger, so we played with proportions. We put together a small t-shirt
with a larger pair of shorts, for example. The collection is about the perception
we have when we were kids. Then, we also included some cartoons we used to
watch and the primary colors.
FM: Even the fabrics and the prints
we used are related to that childlike aspect.
How does this collection reflect your aesthetics?
AP: The collection is really the
result of our work together. If we look at our previous works, it is very
different from what each one of us would do. Our aesthetics is something we are
still working on.
FM: It’s funny because those who
know our work wouldn’t say this collection is ours. We did not know if we would
be selected, so we didn’t really worry about how we would execute the clothes.
Ideas just floated freely and that’s why our collection is so different.
Is there anything in this collection that stands out?
FM: Our collection has so many
things that it is difficult to single one out. It works precisely because of
all the elements combined. We paid a lot of attention to the materials and the
textures we used. Even the way we put colors together… it isn’t that easy to
use the primary colors together, especially because neither of us works with a
lot of color.
AP: I think that what makes us
different is the fact that our collection is so colorful and is so childlike.
How do you feel about the show?
FM: I think we don’t really have
expectations right now. In our opinion, our collection is so different that
things can either go terribly right or terribly wrong. We would like to turn
this project into a brand, but it depends on the feedback we get from people.
AP: And also financially… we need to see if it’s viable.
FM: We think that having more people
working with us improves the quality of the project. It is so difficult to make
it in this industry… If we can give someone else the opportunity to join us and
make the project even more interesting, it would be a win-win situation.
Why M HKA?
AP: M HKA doesn’t mean anything.
Basically, we were living in Antwerp and there was a museum called M HKA. We
liked the name and used to go to the museum every now and then. We didn’t know
what name to give to the brand and the sound of M HKA was interesting. If
someone mentions M HKA now, it will bring back the time we spent in Antwerp,
where we designed this collection.
FM: It’s a part of us, a reference
that we decided to bring with us and to include in what we are doing now.
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